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Notas
1
As cores dos aurigários no Circo. O entusiasmo dos romanos por estas corridas não tinha limites; os
vencedores ganhavam grandes fortunas e tornavam-se ídolos populares.
2
Num tipo de combate de gladiadiores (o “Trácio”) os contendores eram armados com escudos redondos
leves; noutro (o “Samnita”) eles traziam escudos rectangulares pesados.
3
Pintor e filósofo a quem Marco, ainda um rapaz de onze anos, ficou a dever os primeiros contactos com o
estoicismo. De Bacchio, Tandasis ou Marciano nada se sabe.
4
Q. Júnio Rústico, um professor estóico que foi tutor de leis e amigo de Marco.
5
Professor de filosofia que veio da Calcedónia para Roma. Quando Marco o chamou pela primeira vez ao
palácio, dizem que ele respondeu, «O mestre não deve ir ter com o aluno, mas o aluno com o mestre.»
6
Oriundo de Caerónia, na Boécia, e neto de Plutarco. Um dos primeiros professores de filosofia de Marco.
7
Reputado erudito grego, conhecido por “o Gramático”
8
M. Cornélio Fronto, famoso advogado e professor que dava lições de retórica, e reconhecidamente
apenas inferior a Cícero, como orador. Foi encarregado da educação dos futuros co-imperadores Marco
Aurélio e Lúcio Vero. A publicação da correspondência de Fronto que contém muitas das cartas que lhes
escreveu, bem como as suas respostas, lançou muita luz sobre o carácter e os hábitos de Marco, e também
revela o afecto que os seus pupilos reais dedicavam ao seu tutor.
9
Secretário do imperador
10
Cinna Catulo era outro dos professores que davam lições de filosofia.
11
Marco não tinha qualquer irmão. A palavra pode ser uma alusão jocosa a Cláudio Severo (cujo filho
casou com uma das filhas de Marco), uma vez que Marco também se chamara originalmente Severo,
embora tivesse mais tarde eliminado o nome. Trata-se mais provavelmente de erro do texto. Muitos editores
preferem o nome Vero, isto é, o Lúcio Vero que, como o próprio Marco, for adoptado pelo Imperador
António Pio como seu filho; mas o retrato lisongeiro aqui traçado não corresponde de modo nenhum ao que
se conhece do carácter de Vero (ver nota 14)
12
Cláudio Máximo, filósofo estóico especialmente admirado por Marco. A sua coragem na doença é
recordada com gratidão (I,16) e a sua morte, bem como a da mulher, Secunda, lembradas com pena
(VIII,25).
13
Não o pai natural, Annio Vero, mas o Imperador António Pio, o pai adoptivo.
14
Lúcio Ceinóio Cómodo, depois conhecido como Lúcio Vero. Foi adoptado por António Pio juntamente
com Marco, com quem ele foi co-imperador e com cuja filha, Lucila, casou. Homem, a princípio corajoso e
capaz, Vero veio depois a fraquejar, tornando-se um amante da boa vida. Como comandante dos exércitos
romanos na guerra Partiana, revelou-se um indolente e um incapaz, e só se salvou da desgraça devido à
destreza dos seus generais. Quando voltou do Oriente com as suas legiões, estas trouxeram consigo as
sementes da peste que se propagou, com terríveis efeitos, por todo o Império. Vero morreu em 169 —
segundo alguns, ás mãos de um envenenador.
15
Aparentemente uma citação, cuja fonte não foi descoberta.
16
Isto é, à decisão dos outros em aprovar ou criticar as tuas acções.
17
Hipócrates (460-355 a.C.) era oriundo da ilha de Cos e o mais famoso médico da Antiguidade. Os seus
numerosos tratados constituíram os fundamentos de toda a ciência médica do mundo clássico. Parece não
haver razão para pôr em dúvida a sua autoria do “Juramento Hipocrático”; e também lhe é atribuída a
autoria do ditado, «A vida é curta, a arte longa.»
18
Heráclito (540-475 a.C.), filósofo jónico, ensinava que a essência do Ser é o Devir: isto é, um movimento
incessante de mudança pelo qual um aspecto de uma coisa está sempre a levar a uma outra. O tipo deste
movimento perpétuo, e a forma primitiva de toda a matéria, é o fogo; e o processo elemental do universo é
a passagem do fogo a água e terra e de novo a fogo. «Todas as coisas estão em fluxo» e «Não se pode
mergulhar duas vezes na mesma água de um rio» eram dois dos conhecidos ditados em que ele exprimia a
sua doutrina; e Marco refere-se a outros em IV,46. Muito do posterior sistema estóico da física baseava-se
nas teorias de Heráclito.
19
Demócrito, contemporâneo de Hipócrates, afirmava que o universo era formado de combinações
infinitamente variadas de um número infinito de átomos, crença em que foi depois seguido por Epicuro e a
sua escola. Ao contrário do sombrio Heráclito, “o filósofo choroso”, a sua boa disposição trouxe-lhe a
alcunha de “o filósofo risonho”. Esta referência de Marco é o nosso único testemunho para esta versão da
sua morte.
20
É uma referência ao poeta Mélito, ao curtidor Ânito e ao orador Lycon. Eles fizeram a Sócrates a
acusação pela qual ele foi condenado à morte. Pouco depois da sua execução, os Atenienses
arrependeram-se da sua injustiça, apedrejaram Mélito até à morte, e baniram Ânio e Lycon.
21
Phalaris, governador de Agrigento, na Sicília, no século VI a. C., ganhou uma reputação proverbial pela
sua crueldade desumana. Diz-se que queimou os seus prisioneiros vivos dentro de um touro de bronze,